O documentário The Territory (O Território) do diretor norte-americano Alex Pritz, de 31 anos, venceu o Festival Internacional Sundence, sendo agraciado com duas estatuetas: Prêmio do Público e Prêmio Especial do Júri para Arte Documental.
O filme que retrata a luta do povo Uru-Eu-Wau-Wau contra a invasão do seu território pela máfia do meio ambiente em Rondônia, foi destacado pela NatGeo Doc, que detém os direitos da obra como, “a imagem em movimento é a verdade, a verdade é poder, e pegar uma câmera é um ato de recuperação. Situado na interseção explosiva de tecnologia, política e perseguição indígena, o filme é maravilhosamente e às vezes engenhosamente concebido, pintando um retrato íntimo em primeira mão de alegria, dor e comunidade, antes de explodir com uma intensidade estrondosa ao capturar uma alta -estacas lutam pela sobrevivência se desdobrando no momento.”
A premiação foi divulgada nesta sexta-feira (28) a noite via Twitter oficial do festival, que este ano por conta da Covid-19 aconteceu de maneira remota.
“A vitória representa que estamos tornando visível para o mundo a situação das terras indígenas no Brasil, mostrando que estávamos fazendo o papel que o atual governo (Jair Bolsonaro) não faz, com isso deixando os territórios indígenas abandonados”, declarou, a coordenadora da Associação de Defesa Etnoambienal Kanindé, Ivaneide Bandeira que em entrevista ao News Rondônia se dizia muito contente pela vitória.
Com 89 minutos, a película The Territory conta com a participação da coordenadora da ONG Kanindé, Ivaneide Bandeira Cardoso, a “Neidinha”, o jovem indígena Bitaté Uru-Eu-Wau-Wau e os próprios invasores como personagens de um roteiro verídico.
Neide da ONG Kanindé classificou a vitória para Rondônia como “importante demais, pois os indígenas uru-eu-wau-wau foram protagonistas e parte das filmagens são deles. O que fortalece a luta indígena”, afirma.
O doc foi escolhido em 2022 no Festival Sundance, o mais importante do cinema independente dos Estados Unidos que estreou no dia 20 de janeiro, sendo na última segunda-feira, (24) apresentado ao grande público de forma on line,mas apenas para os Estados Unidos.
Segundo uma publicação do site Yahoo, “o documentário foi realizado às pressas, sendo um testemunho real do avanço do desmatamento sobre terras indígenas já homologadas” em Rondônia. A publicação também enfatiza “a ausência do governo de Jair Bolsonaro (sem partido) apontado as suas declarações como estimulo aos crimes ambientais”.