Sabatinado pelos senadores na CPI da Covid-19 nesta quarta-feira (19), o ex-ministro da Saúde, Eduardo Pazuello se mostra “casca dura” na “missão” em defender os possíveis erros cometidos pelo governo do presidente Jair Bolsonaro (sem partido), durante a crise da pandemia da Covid no Brasil.
No depoimento, Pazuello afirmou que sabia da crise da falta de oxigênio desde o dia 10 de janeiro, quatro dias de Manaus sofrer total desabastecimento, resultando no caos comprovado no dia 14. O ex-titular da pasta declarou que o problema só estendeu por dois ou três dias.
Pazuello disse que foi comunicado pelo governador do Amazonas, Wilson Lima no dia 10 de janeiro. É que todas as medidas foram tomadas. Mas não foi verdade. O jornal “A Crítica” escreveu na época, que desde o dia 06 de janeiro já alertava para a falta de oxigênio nos hospitais da capital amazonense, algo que seria sem precedentes.
Omar Aziz, senador pelo Amazonas, e presidente da CPI declarou que o secretário de Saúde do Amazonas, Marcellus Câmpelo chegou a ligar para Pazuello ainda no dia 07, informando sobre a atual situação no estado, desmentindo o que havia declarado o ex-ministro da saúde.
Ainda de acordo com Aziz, o secretário na solicitação pediu apoio logístico a realização do transporte de oxigênio de Belém para Manaus. Na ligação, Pazuello informou que somente falaria do problema de oxigênio, não do desabastecimento.
No depoimento, Pazuello afirmou que as mortes em Manaus ocorreram somente por “dois a três dias”, de 13 a 15 de janeiro. A informação gerou revolta no senador também pelo Amazonas, Eduardo Braga (MDB-AM), chamando a declaração de “mentirosa”. “Não faltou oxigênio por dois ou três dias. Faltou oxigênio por mais de 20 dias. É só ver o número de mortos e o desespero das pessoas. Não é possível”, disse, Braga.
Pazuello chegou desmentir a informação ao dizer que não era os dados que ele tinha em mãos. Braga questionou a declaração. “Sabe quando chegou a carga de oxigênio que o senhor mandou do Ministério da Saúde para Manaus? Dia 24. A Venezuela chegou antes. Chegou no dia 20. Enquanto isso, ficamos dependendo da ajuda do Gustavo Lima, do Paulo Gustavo, do Tirulipa”, disse Eduardo Braga.