Não é a primeira vez em 2021, que pacientes internados no Hospital Dr. Ary Pinheiro, o Hospital de Base, em Porto Velho denunciam a falta de alimentação na unidade hospitalar. Com a falta de ingredientes para o preparo das refeições, ultimamente o que vem saciando o organismo das pessoas já debilitadas pelos tratamentos médicos, é “arroz e ovo cozido”. “Arroz e ovo cozido, tem sido o cardápio para os pacientes”, denuncia um servidor do hospital, que para não sofrer retaliação prefere o anonimato.
Segundo os próprios funcionários, a ordem é trabalhar com o que está a disposição. O problema, segundo eles, é que já não tem praticamente nada a disposição. A situação virou caso de saúde pública. Quem acompanha os doentes em tratamento, são servidas as sobras, quando acontece de sobrar algo, do contrário o acompanhante tem que se virar como pode.
As refeições do Hospital de Base são disponibilizadas pela “Nutrimais”. A empresa é terceirizada, e já comanda os serviços de alimentos para a instituição de saúde, desde 2012, ainda na gestão do ex-governador Confúcio Moura. Em média, o hospital serve 59,5 mil refeições/dietas ao mês aos pacientes, 16,3 mil aos acompanhantes, e 28,7 mil aos servidores. “Quando se está doente, a dieta alimentar é parte da recuperação do enfermo. Como se sentir feliz pela recuperação de uma pessoa se falta o que ela comer. Frustrante, decepcionante, são essas as palavras para esse distinguir o sentimento de desumanidade que está ocorrendo no Hospital de Base, em Porto Velho”, lamenta.
Questionada pelos funcionários, a proprietária da firma deu a seguinte resposta: “A empresa não fará a aquisição de novos produtos, pois o contrato de licitação estaria próximo do final”.
A reportagem descobriu que o problema é maior. Além da falta de ingredientes para fazer a alimentação dos doentes, servidores e acompanhantes, os funcionários da empresa terceirizada a “Nutrimais”, estariam com os salários atrasados, há dois meses. O pagamento e o 13º salário, os funcionários alegam que só receberam em janeiro. Mas temem pelos vencimentos de 2021 que já estão atrasados. “Já atrasou o de janeiro, até hoje a dona da empresa não tem uma resposta quando resolverá pagar o que nos deve”, frisa.
A direção do Hospital de Base, justificou “que no dia em que foi servido ovo com arroz, o cardápio havia sido peixe, porém a quantidade não foi suficiente para atender a todos”.
A reportagem entrou em contato com um especialista, e descobriu que o problema pode ser sanado, caso o Governo do Estado prorrogue o contrato com a empresa por mais alguns meses, o que é devidamente legal.