O juiz da 10º Vara Federal de Brasília, Frederico Botelho de Barros Viana determinou o arquivamento do inquérito aberto pela Funai, que acusava o líder indígena do Povo Suruí, Almir Narayamogar Suruí, 46 anos de críticas ao governo do presidente Jair Bolsonaro (sem partido).
A Justiça Federal entendeu que as críticas com relação ao governo federal no que tange ao momento atual de pandemia da Covid-19, faz-se um direito a livre liberdade de expressão e pensamento.
O vencedor do prêmio de liderança Bianca Jagger Huamn Rights Foudation, foi acusado pela Funai de caluniar a instituição federal. As supostas acusações teriam sido praticadas por membros da Associação Metareilá do Povo Indígena Paiter Suruí, a qual Almir é representante máximo. Ainda de acordo com o juiz federal, a crítica a órgãos e autoridades públicas não pode ser considerada uma atividade de cunho criminoso.
No dia, (03), Almir Suruí chegou a ir à Delegacia da Polícia Federal, na cidade Cacoal para esclarecer as acusações. Ele esclareceu que vem sim declarando a ausência do governo Bolsoanaro com as questões indígenas. Além disso, o líder do Povo Suruí explicou que a atitude da Funai pode ser entendida como uma ameaça do governo, mas que irá enfrentar.
Outra liderança indígena que também foi intimada pela Polícia Federal, foi Sônia Guajajara por críticas ao governo de Jair Bolsonaro durante o documentário [Maracá] rodado pela Articulação dos Povos Indígenas (Apibi).
No inquérito o juiz da 10º Vara Federal de Brasília, Frederico Botelho de Barros Viana, informou que não viu indícios de qualquer abuso de exercício de direito ou de cometimento de crimes, contra terceiros ou a União. O magistrado pediu o arquivamento do inquérito contra a Sônia Guajajara.