A devastação da floreta Amazônica brasileira alcançou um novo recorde, segundo as últimas estimativas divulgadas no mês de abril. Por conta disso, a Rainforest Foundation Norway, apontou que 27 companhias europeias e dos Estados Unidos, de acordo com relatório trabalham com fornecedores envolvidos no desmatamento ilegal no Brasil.
Em abril de 2021, segundo dados do Instituto Nacional de Pesquisas Espaciais (Inpe), o desmatamento na Amazônia brasileira, atingiu 581 km², 42% mais do que o índice comprovado em 2020.
Só em março foram 368 km², 12,6% a mais que em 2020. O Inpe acredita que a cifra detectada no mês de abril pode ter sido superior, já que nessa época a floresta estava encoberta por nuvens, o que implica na tomada de fotografias.
Chama atenção dos especialistas é que nesse mesmo período, no dia 22 de abril, o presidente Jair Bolsonaro (sem partido) destacou o compromisso de eliminar o desmatamento ilegal na Amazônia até 2030.
O Canal RT em Espanhol repercutiu esta semana a situação do Brasil. Os âncoras mostraram que a falta de ação do governo Bolsonaro levou alguns presidentes a rechaçarem a atitude inerte e descompromissada do governo brasileiro na proteção do meio ambiente.
Emmanuel Macron escreveu em seu twitter, que “seguir dependendo da soja brasileira seria contribuir com o desmatamento e a crise amazônica”. Macron ainda afirmou que “diante do problema, o presidente da República brasileira Jair Bolsonaro mentiu no Encontro do G-20 em Osaka. Nas condições, a França se opõe ao acordo com o Mercosul e tal e como está”.
Pensamento parecido tem a primeira ministra da Espanha, Arancha Gonzáles Laya. “Necessitamos aperfeiçoar esse acordo criando um compromisso com o Mercosul e a União Europeia multo com o Acordo de Paris”, enfatiza.
Na outra parte, as empresas estrangeiras também pressionam o governo brasileiro por um projeto de lei de gestão da terra que espera ser aprovado. Ao todo, 38 empresas enfileiram a pressão contra o Brasil para que não vote o PL, que afirmam ameaças potenciais maiores para a Amazônia que antes.
Mas nem todas, segundo Rainforest Foundation Norway, atuam na legalidade e estariam trabalhando com provedores envolvidos com a devastação ilegal da Amazônia no Brasil. A maioria marcas de veículos como BMW, Renault, Citroem, Mercedes, Volkswagen, Opel. Entre outras.
Essas empresas trabalham com couro, matéria prima extraída normalmente do gado criado em áreas desmatadas ilegalmente. “O problema é sério e não se poderá ter um avanço caso não crie uma confiança por parte da comunidade internacional frente ao governo brasileiro”, avalia o correspondente, Pablo Mura Rodríguez.
O professor doutor, Luiz Fernando Noboa Garzon, chefe do Departamento de Ciências Sociais da Universidade Federal de Rondônia (Unir), participou do programa. Ele declarou que os países europeus buscam melhorar sua imagem na comparação com as crescentes preocupações da opinião pública com relação ao meio ambiente. “Acredito que se trata de uma busca de uma melhor imagem da França e de toda a União Europeia pós pandemia. Em que a opinião pública está muito sensível quanto as questões ambientais, em especial sobre a Amazônia”, destaca.
Noboa não polpou criticas ao governo de Jair Bolsonaro, afirmando abertamente que o governo do no Brasil desrespeita e viola os direitos humanos de forma sistemática onde desprotege e promove a devastação. “Como não temos mais órgãos ambientais funcionando efetivamente, não sabemos o que é legal ou ilegal. Existe um desmatamento crescente na Amazônia e ao mesmo tempo um crescimento das áreas para criação de gado, que representa a indústria da carne. São setores que tem total apoio dos ministros que estão no governo Bolsonaro que se dedicam em aproveitar medidas de eliminação ou flexibilização de regras ambientais”, afirma.