Esta semana, empresas estrangeiras, incluindo grandes marcas como Tesco e Marks & Spencer, divulgaram uma nota da qual ameaçam o governo brasileiro caso o Congresso Nacional aprove projeto de lei que muda regras de regularização fundiária em Terras da União pelo Instituto Nacional de Colonização e Reforma Agrária (Incra).
Ambientalistas declaram que a proposta incentiva o desmatamento ao recompensar grileiros invasores dessas propriedades, localizadas na floresta Amazônica. Metro e John Lewis, e investidores como a empresa de previdência da Noruega, KLP, declaram que as proteções ambientais, são cada vez mais inadequadas a lei. Segundo as empresas, a lei de regularização fundiária pode apresentar riscos maiores para a Amazônia.
Em um documento as empresas disseram “se esta ou outras medidas que minam essas proteções existentes se tornarem leis, não teremos escolha se não ser reconsiderar nosso apoio e uso da cadeia de suprimentos de commodities agrícolas brasileiras”, escreveram as empresas europeias. O país é segundo informações o maior exportador mundial de soja e carne bovina do mundo.
A pressão e as críticas dos ambientalistas tem dado resultado. O projeto já vinha sendo preparado para entrar em votação no Senado na semana passada, porém foi adiado. No Congresso, os líderes informaram que a medida necessita de mais discussão e até indicaram que poderia ser submetida a uma votação que pode acontecer esta semana. Já é a segunda vez que o governo e aliados tentam aprovar o plano. Em 2020, projeto semelhante foi arquivado, depois de uma ameaça de boicote pelas mesmas empresas internacionais.