Uma denúncia envolvendo o setor de saúde pública chamou a atenção dos moradores do Alto Acre. O esposo da paciente grávida, L. C. L, de 25 anos, denunciou na terça-feira (24) que sua companheira está há 4 dias com o feto morto dentro da barriga e a equipe médica do Hospital Raimundo Chaar, Brasiléia, não quer fazer cirurgia para retirar o bebê morto.
De acordo com o esposo, R.R.C, de 38 anos, este seria o primeiro filho do casal e a causa da morte do bebê ainda não foi divulgada pelo hospital. Ele conta ainda que os médicos estariam tentando realizar um procedimento normal para retirar o feto sem precisar de cirurgia, o que tem causado preocupação na família da paciente.
Segundo o marido, a equipe médica garantiu que não haveria risco para a paciente se continuasse com o feto na barriga e que existem protoco a ser seguido para retirar o bebê, por isso a demora.
Segundo o jornal da fronteira, O Alto Acre, diante de toda agonia da família, a direção do hospital autorizou a família da paciente a comprar um remédio abortivo no lado boliviano, já que não existe no hospital. O pai do esposo encontrou na cidade de Cobija, na Bolívia, quatro pílulas de Cytotec (Misoprostol) de 200mlg, para ajudar na retirada do feto.
O jornal diz, ainda, que conversou com um dos funcionários do hospital que pediu para não ser identificado, que afirmou que o caso não é isolado. “Cada dia está pior. Essa situação está sendo nossa realidade aqui no hospital e está nos desestimulando a vir trabalhar”, desabafou o servidor.
A reportagem da Folha do Acre entrou em contato com a assessoria de comunicação da Secretaria de Saúde do Acre (Sesacre), que informou que a secretaria não se pronunciará sobre o caso no momento. Somente após analisar a denúncia junto à direção da unidade hospitalar é que enviará nota de esclarecimento sobre o assunto.