FRASE DO DIA:
“Nos últimos 20 anos, ou cinco eleições, o principal embate foi entre PT e PSDB. Neste ano, os dois partidos mais competitivos do país nas eleições presidenciais, nessas duas décadas, estão feridos pelas investigações de corrupção. A incerteza será a marca desse processo” – Miriam Leitão sobre as eleições deste ano.
1-Fiscalizando o fiscal
Depois que a Lava Jato prendeu cinco dos sete conselheiros do TCE-RJ, as contas de 2016 do estado levaram tinta, 66 licitações foram canceladas e a redução de gastos foi de R$ 4 bilhões. Foi 125% sobre 2017. Concorrências de municípios e estado foram reduzidas em R$125,3 milhões contra R$65,7 milhões em 2016.
Novos métodos e ferramentas, dizem. Mas é que cadeia mete medo e reduz a pressão sobre os técnicos. Hoje o TCE-RO lançou um aplicativo desenvolvido aqui mesmo – Opine aí – que aproxima órgãos, autoridades e povo dos serviços públicos com qualidade. Um aplicativo que será copiado por outros TCEs.
2-Confúcio, o bumbo de fanfarra
O ex-governador Confúcio Moura virou bumbo de fanfarra: apanha nos dois lados. Ora é do tradicional adversário senador Cassol que na impossibilidade de disputar a eleição organiza a base para seus aliados, terreno fechado para Confúcio.
Do outro lado Confúcio carrega os arranhões dos dias finais do seu governo quando foi isolado por seu partido e mesmo tendo o couro grosso, vai apanhar mais que tapete velho pra tirar poeira. Mas não é só paulada. O matreiro Confúcio tem resiliência e uma rede de proteção e apoios dentro e fora do MDB.
3-Lapsos de memória I
José Yunes, o amigo do Temer, disse à PF que vendeu uma casa para a Marcela Temer esposa do amigo Michel, mas que não se lembrava quais contas e bancos foram usados na transação. Yunes entretanto se lembra de um detalhe: comprou a casa por R$ 750 mil, sem “sequer imaginar” que a venderia para Marcela, o que ocorreu um mês depois.
“Passou nos cobres” por R$830 mil lucrando R$80 mil, em 30 dias, um “negócio de amigos”. E disse que não falou sobre o fato antes porque nunca lhe perguntaram.
Por falar nisso, a PGR, Raquel Dodge, oficiou o STF para que a PF compartilhe os dados da busca e apreensão nas casas de Rodrigo Rocha Loures, ex-deputado e assessor de Temer, do coronel Lima, amigo de Temer, nas empresas Argeplan e Rodrimar e na sede do Cade – Conselho Administrativo de Defesa Econômica em 2017. A PGR informa que dez mandados de busca e apreensão foram expedidos para os endereços, mas que alguns itens recolhidos não lhe foram enviados pela PF. Que memória tem a Dra. Dodge. Tão diferente do Yunes.
5-Guerra fria, o retorno
Os ministros das Relações Exteriores do G7 vão criar um grupo de trabalho para estudar o “comportamento nocivo” da Rússia face às preocupações com ações de Moscou que se envolveu em conflitos na Síria, na Ucrânia, do recente ataque com agente tóxico contra um ex-espião no Reino Unido no mês passado com o caso Trump.
É a “guerra fria” que retorna após o fim da União Soviética em 1991, com atores loucos e armamentos possantes que podem acabar com o planeta várias vezes, até que nada mais reste. É a estupidez humana.
6-Restrição de foro
Se ocorresse como prevê a proposta do ministro Barroso, ficariam no STF apenas 5% das ações penais de 2007 a 2016. É o que aponta o "V Relatório Supremo em Números – O Foro Privilegiado e o Supremo", da FGV Direito Rio. Seis ministros do STF já votaram a favor da tese de que o foro privilegiado só deve ser aplicado se o crime for praticado no exercício do mandato e relacionado ao cargo.
No próximo dia 2 de maio, o STF volta ao tema com o voto de Dias Toffoli e se não houver novo pedido de vista dos ministros que faltam votar, Gilmar e Lewandowski a excrescência que é fonte de boa parte da impunidade brasileira acaba.
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