"Eu escrevi 30 livros todos cheios de palavras obscenas. Nós escritores, não podemos discriminar as palavras. Não tem sentido um escritor dizer: 'Eu não posso usar isso'. A não ser que você escreva um livro infantil. Toda palavra tem que ser usada" – Rubem Fonseca, um dos censurados pelo governo de Rondônia.
Poderia abordar sob diversos ângulos o que a estúpida lista de anti-livros apresenta, mas antes quero respostas: a) quem idealizou a estupidez; b) quem ordenou a execução; b)quem informou à imprensa; c) após a divulgação, quem negou sua existência; d) quem impôs qual a razão para o sigilo; qual a explicação oficial; quem foi ou quem será punido pela estupidez e enfim: foi burrice, ideologia, incompetência, ou trapaça?
Diz o povo: errar é humano e persistir no erro é burrice, mas arrumar alguém para levar a culpa é divino. Ah! Faltou o Jorge Amado na lista.
A lista com livros proibidos é a segunda lambança da Seduc. A primeira foi em outubro passado com a tabela para atualizar e regularizar o piso nacional de professores, lambança corrigida por técnicos da Seduce da Sefin para atender critérios da Mesa Estadual de Negociação Permanente que negociou, analisou e acautelou as propostas do Plano de Cargos, Carreiras e Remuneração na Administração Pública Direta, Autárquica e Fundacional do Executivo. O rolo ficou restrito, mas desta vez fomos achincalhados. E quem vai pagar a conta pela vergonha que passamos?
3-Iguais sim, mas bem diferentes
Em 1981 no programa Canal Livre, o cidadão que seria presidente do Brasil cometeu sincericídio ao revelar sua aversão a livros. Virou ídolo político, fez escola, mas não lhe nego a preocupação com a educação quando presidiu o país. O tempo passa, o tempo voa e eis uma criatura na busca por suplantar o criador. Ao determinar a retirada de livros de autores famosos e deixar de forma clara a razão ideológica da censura – “Observação: Todos os livros do Rubem Alves devem ser recolhidos” – o autor ou autores da lambança fizeram pior que o apedeuta sincero: tentaram ocultar o ato insano determinando sigilo funcional. Uma estupidez para esconder a outra. Aff…
4-Sonhos e pesadelos
O filme “Democracia em Vertigem” de Petra Costa, não levou o Oscar. Uma pena. O Brasil ficará sonhando com o prêmio, o PT continuará buscando espaços para narrar a versão do “gópi” e Bolsonaro iria dormir tranquilo, não fosse a notícia da morte de Adriano da Nóbrega, abatido pela polícia lá na Bahia.
Adriano da Nóbrega, miliciano do Rio ligado ao Flávio Bolsonaro está envolvido na morte de Mariele e vai dar o que falar. Para quem gosta da história do Celso Daniel, – o advogado do Adriano falou em queima de arquivo – o penico está até a borda. Viximaria…
5-Caça ao tesouro
Fazendo as contas hoje pela manha na redação do jornal, anotamos 14 nomes de possíveis candidatos à Prefeitura Municipal de Porto Velho. Gente que nada tem a perder, gente que vai perder, gente que vai disputar para honrar compromisso anteriores, gente que encara a de olho nas próximas eleições, gente que é chiclete de político e quem sabe, até gente disposta a melhorar a cidade.
Nenhum deles, porém tem noção do que será encarar tantos problemas, com pouco dinheiro e sem projetos. Mas eleição é como garimpo: e se o caboco bamburrar?
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