A cirurgia de catarata está entre os procedimentos mais realizados em todo o mundo. Em Rondônia, a Secretaria Estadual de Saúde (Sesau) tem investido na tecnologia para melhor atender os pacientes do Sistema Único de Saúde (SUS). Um dos diferenciais é a alta tecnologia na definição das lentes intraoculares que são implantadas no paciente.
De acordo com a oftalmologista Maria Ivanete, uma das profissionais que realiza cirurgias de catarata no Hospital de Base Dr. Ary Pinheiro, em Porto Velho, a cirurgia de implante dessas lentes tem evoluído muito nos últimos anos. “O aperfeiçoamento da técnica, bem como a tecnologia aplicada por meio dos aparelhos específicos, com lentes cada vez mais versáteis e adequadas às necessidades, proporcionam melhor conforto ao paciente”, afirma.
Oftalmologista Maria Ivanete.
Segundo a oftalmologista, tão importante quanto à realização da cirurgia é a escolha da lente intraocular ideal. “São chamadas de lentes intraoculares (LIOs) as próteses utilizadas para substituir o cristalino opaco, restabelecendo a visão, por isso a escolha da lente é fundamental. Trabalhar com lentes de qualidade e boa referência nos dá segurança na hora da cirurgia”, disse a especialista.
A catarata é um problema comum em pessoas idosas, e a cirurgia consiste na remoção do cristalino do olho e sua substituição por uma lente intraocular. O procedimento dura cerca de 40 minutos. De acordo com a médica, a recuperação completa de uma operação desse tipo ocorre depois de seis semanas.
Raimundo Batista, 68 anos, fez a cirurgia de catarata. Antes, ele tinha muita dificuldade para enxergar e ainda sentia incomodo na visão. “Não espera que após a cirurgia pudesse voltar a enxergar tão bem. É como ver a claridade pela primeira vez, me sinto muito feliz, só tenho a agradecer toda equipe que me tratou bem. Hoje posso voltar a fazer minha atividade normal”, disse o paciente.
A Lente intraocular dobrável é produzida no Reino Unido, essa indústria é muito antiga e referencia no mundo inteiro. A lente, além de proporcionar uma garantia ao paciente, também oferece o mínimo risco de infecção, devido seu processo de fabricação.
Raimundo Batista, 68 anos.
De acordo com o coordenador estadual de oftalmologia da Policlínica Oswaldo Cruz, Richael Menezes, desde a indústria até o momento de inserção intraocular, não há contato humano devido a sua captação. A lente vem dentro do blister totalmente dentro d’água, protegida por uma solução para não haver qualquer tipo de irritação. “A rainha Elizabeth II fez uma cirurgia de catarata no ano passado e utiliza essa mesma lente, por isso é chamada de “Lente da Rainha”, explicou a especialista.
MUTIRÃO DE CIRURGIAS
A Sesau iniciou no mês de julho o mutirão de cirurgias de catarata para atender os pacientes que aguardavam há mais de dois anos da fila da regulação estadual.
No último fim de semana, uma força-tarefa reforçou o mutirão que realizou, em quatro dias, 350 cirurgias. No total, desde que mutirão teve início, mais 900 pessoas passaram pelo procedimento em cinco meses.
Texto: Sângela Oliveira
Fotos: Ítalo Ricardo
