“Armou-se em Brasília uma grande encenação para aprovar na Câmara o projeto de lei sobre abuso de autoridade. O PSL de Jair Bolsonaro se juntou ao pedaço bandalho do Legislativo – incluindo PT e centrão – para colocar em pé uma lei que intimida investigadores, procuradores e juízes” – Jornalista Josias de Souza
1-Quando o crime compensa
O major PM do Rio de Janeiro Edson Raimundo dos Santos foi condenado a 13 anos de prisão por tortura e morte do pedreiro Amarildo Dias Souza. Ele permanece nos quadros da PM recebendo o soldo.
Sua pena venceria em 2024, mas a juíza da Vara de Execuções Penais viu que "o apenado preenche requisitos objetivos e subjetivos para a progressão de pena para o regime aberto. As vagas se mostram insuficientes para abrigar todos apenados do regime aberto no Estado”. O major vai cuidar da sua família e a família do Amarildo não vai poder sequer enterrá-lo. A decisão é a treva!
2-Abuso de autoridade
A forma como entrou na pauta, o relatório genérico e sem profundidade e discussão, o ôba-ôba dos deputados – boa parte com problemas na justiça – a grita geral de juízes e promotores e o aplausos do ministro Gilmar Mendes – “Quem exerce poder, tende a dele abusar, e é pra isso que precisa haver um remédio” – me deixa cabreiro.
Brizola se estivesse vivo repetiria seu mantra: "Se algo tem rabo de jacaré, couro de jacaré, boca de jacaré, pé de jacaré, olho de jacaré, corpo de jacaré e cabeça de jacaré, como é que não é jacaré? "Não me aprofundei como ninguém, mas eu acho que é jacaré.
3-Por falar em jacarés
Sabe aquela coisa de se juntar Receita com Coaf e sair deselegantemente trocando dados de gente de bem? Pois é, com base na decisão do presidente do STFToffoli que suspendeu investigações abertas com dados do Coaf sem autorização judicial, o ministro Gilmar Mendes parou um processo da Lava Jato no Rio de Janeiro tocado por Marcelo Bretas e tapou a boca até dos jacarés da Rodrigo de Freitas.
Bretas negou a suspensão do processo de um tal Lineu Martins, por considerar que as investigações foram abertas com dados da Receita e não do Coaf. Aí Dr. Gilmar disse: a decisão do Toffoli abarca casos tipo e páh! entortando a boca jacaré. “Coitôdinho do jocorôsifu!”
4-Lava jato acuada
Eliane Cantanhêde, aborda em seu artigo no Estadão o “ataque de forças poderosas e variadas às frentes de combate à corrupção no Brasil, que não se resumem à Lava Jato”. Vale a leitura e reflexão: “Na linha de tiro estão o Ministério Público, a Receita, o Coaf e o Cade. A Justiça não passa incólume. Veja as tentativas de desgastar Sérgio Moro e as ameaças ao Supremo – que tanto participa dos ataques como é alvo deles. As investidas não partem só do Congresso e ministros do Supremo, têma participação direta do governo”. E finaliza: “A Lava Jato perdeu fôlego, as forças inimigas dela se fortaleceram. Não se combate a corrupção, combate-se quem e o que combate a corrupção. Isso pode sair muito caro, inclusive internacionalmente.” Que quadra essa!
5-Mouse ao alto
Antes se pensava que nossas fronteiras estavam abertas e estavam mesmo. Agora as porteiras virtuais também. Do sé Zé da Bodega ao presidente da república todos estão no mesmo grampo. “Segredo de dois só matando um”, diz o Zé de Nana. Até a CEF tá na roda.
Esta semana houve uma tentativa de hackers em seu sistema de dados justo quando a CEF irá liberar os saques de R$ 500 para as contas do FGTS e a liberação do Pis/Pasep para a próxima segunda-feira. Arrombaram a cerca. Tá facin, facin…
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