O Ministério Público do Estado de Rondônia (MPRO), por meio do Grupo de Atuação Especial de Combate ao Crime Organizado (Gaeco), deflagrou nesta quarta-feira (12/11/2025) a Operação Godos, com o objetivo de desarticular uma organização criminosa envolvida em extorsão, crimes ambientais, tortura, homicídios e lavagem de dinheiro.
A ação, considerada a maior já realizada no âmbito estadual, conta com o apoio de diversos órgãos de segurança, incluindo Polícia Militar, Polícia Civil, Politec, Corpo de Bombeiros, FTICCO, Sesdec, Sedam, DER, além de forças do Mato Grosso, Amazonas e Pará, totalizando mais de 500 agentes entre promotores, policiais, peritos e servidores.
Mandados e alcance da operação
Estão sendo cumpridos 50 mandados de prisão temporária e 120 mandados de busca e apreensão, expedidos pela 2ª Vara de Garantias de Porto Velho/RO. A operação ocorre simultaneamente em Rondônia, Mato Grosso, Amazonas e Pará, abrangendo municípios como Porto Velho, Nova Mutum Paraná, Ji-Paraná, Cacoal, Guajará-Mirim, Rolim de Moura e Nova Mamoré.
Além das prisões e buscas, foram determinadas medidas patrimoniais que totalizam R$ 2,05 bilhões em bloqueios, arrestos e indisponibilidade de bens, valor relacionado aos danos materiais, ambientais e climáticos causados pela quadrilha.
Investigações e modus operandi
As investigações começaram em setembro de 2022, após denúncia que revelou a existência de um grupo violento e estruturado, atuante na zona rural de Porto Velho, especialmente na região de Nova Mutum Paraná.
O grupo utilizava ameaças e armas de fogo de uso restrito para coagir vítimas a transferirem propriedades rurais, simulando contratos falsos. As vítimas sofriam ameaças de morte, agressões físicas e destruição de bens, enquanto o grupo lucrava com a exploração de recursos naturais e venda ilegal das terras.

A lavagem de dinheiro era realizada por meio de laranjas, empresas de fachada e transações imobiliárias ilícitas, movimentando mais de R$ 110 milhões entre 2020 e 2025. As autoridades também identificaram o desmatamento ilegal de 25 mil hectares, equivalente a 35 mil campos de futebol.
Compromisso institucional
Em nota, o MPRO reafirmou seu compromisso com o combate ao crime organizado, destacando que continuará atuando com firmeza e cooperação interinstitucional para defender a ordem jurídica e os interesses da sociedade.
“Esta operação é um marco no enfrentamento ao crime organizado na Amazônia Legal e representa o resultado de um trabalho técnico, integrado e comprometido com a justiça”, afirmou o órgão.








































