Antes da COP-26 Txai Surui, 24 anos, ou para os mais próximos, Walelasoetxeige Paiter Bandeira Suruí já mantinha uma relação direta com as questões ambientais, principalmente dentro do seu campo de atuação, o estado de Rondônia no Norte do Brasil.
Estudante do último período de direito da Universidade Federal de Rondônia (Unir), a jovem Txai encabeça movimentos sociais com foco em cobrar das autoridades ações contra o aquecimento global em especial a proteção das florestas do seu estado.
Em uma das suas últimas manifestações lembrou que, “os povos indígenas estão na linha de frente da batalha contra as mudanças climáticas”. Por conta de muita luta a sua terra 7 de setembro resistia a destruição humana.
Não por efeitos do governo federal ou estadual, mas pela ação voluntária dos Suruís que tem população de pouco mais de 2 mil indígenas com terras localizadas ao Norte de Cacoal (RO) e Aripuanã (MT). “É muito clara a diferença da floresta dentro e fora do território”, explica.
Txai tem seguido os passos dos pais, os também ativistas Almir Suruí, líder do Povo Suruí de Cacoal e Ivaneide Bandeira, coordenadora da Associação de Defesa Etnoambiental, Kanindé, com mais de 30 anos de atuação em Rondônia onde a ativista atua no setor jurídico.
Seu discurso emblemático na COP-26 em Glasgow Escócia caiu como uma bomba na trincheira malfadada do governo de Jair Bolsonaro (sem partido). O mundo que já comprovava as mazelas de uma administração insana e afundada em mentiras, só comprovou as atrocidades de Bolsonaro contra a Amazônia.
Enquanto o chefe do executivo tomava chá, comia pizza na rua e passeava pela Itália, Txai Suruí arrancava elogios e afirmava cara a cara com os grandes chefes das maiores economias do globo que suas atitudes precisam mudar, que o Brasil de fato deve assumir seus compromissos com os brasileiros e com os povos indígenas.
Desde então, Walelasoetxeige Paiter Bandeira, tem estampado o noticiário brasileiro e internacional. Além disso, tornou-se o atual “emblema” para assuntos relacionados ao aquecimento global, principalmente na defesa da Amazônia brasileira.
Txai não é apenas filha de grandes líderes indigenistas. Desde cedo aprendeu que para a sobrevivência do seu povo também teria que incluir toda a humanidade. Para isso, ela entende que não basta somente a sabedoria adquirida dos seus antepassados, mas é preciso aprender na escola o que os “brancos tanto estudam e pouco colocam em prática".
A universidade chegou quando Txai se quer havia terminado o ensino médio. Hoje está na reta final, mas pretende deixar o curso já galgando um doutorado.
A atriz britânica Emma Watson a Hermione Granger, da saga Hary Potter postou em sua página oficial no Instagram a celebre frase lida por Txai em seu famoso discurso durante a abertura da COP-26: “A Terra está falando, não temos mais tempo”.
Txai Suruí já mostrou que a imagem de menina frágil, de longe reflete as suas convicções ideológicas acerca de assuntos que envolvam os desgastes e crimes ambientais na Amazônia brasileira. A jovem indígena ativista rondoniense sabe o que almeja para o seu futuro e em especial da humanidade. Tragam um Nobel para Txai.